No desaparecimento de Alípio Oliveira (1949-2023)

Membro da Academia Olímpica de Portugal, onde desempenhou funções de tesoureiro e vogal do Conselho Diretivo, José Alípio Oliveira morreu esta sexta-feira, 3 de novembro, na sequência de complicações resultantes de um enfarte do miocárdio ocorrido há cerca de um mês. Internado num hospital de Vila Nova de Gaia, Alípio Oliveira não resistiu a mais este problema de saúde, depois de durante mais de dez anos ter enfrentado com grande resistência e capacidade de recuperação um problema oncológico, primeiro, e um acidente vascular cerebral, depois.

Natural de Santa Marinha (Vila Nova de Gaia), Alípio Oliveira começou por ter funções de dirigente em várias secções desportivas do Futebol Clube do Porto, integrando o primeiro elenco diretivo de Pinto da Costa como presidente do clube, no mandato iniciado em 1982. Depois de uma fase com cargos relacionados com o voleibol, veio a estabelecer uma relação mais forte com o hóquei em campo, de cuja federação foi presidente nos mandatos de 1980 a 1984 e sucessivamente de 1994 a 2004. Durante este último período defendeu com sucesso, em 2003, uma dissertação de mestrado em Ciências do Desporto (especialização em Gestão Desportiva), precisamente com um estudo de caso sobre a Federação Portuguesa de Hóquei. Nessa federação assumiu ainda cargos de vice-presidente (1993-95 e 2012-16), presidente da Assembleia Geral e diretor técnico nacional. Foi também membro da Federação Europeia de Hóquei (FEH) durante mais de vinte anos (1986-2008), sendo igualmente juiz internacional da modalidade.

Alípio Oliveira viria a ser eleito para a Comissão Executiva do Comité Olímpico de Portugal em 1997, cumprindo três mandatos, o último dos quais como vice-presidente (2005-2009). Em 1998 chefiou a missão portuguesa aos Jogos Mundiais da Juventude realizados em Moscovo.

No final de 2001 foi nomeado chefe da missão portuguesa aos Jogos Olímpicos de Atenas-2004, em substituição de Alberto Silveira, falecido em novembro desse ano. Para essa função estabeleceu como principal objetivo criar acrescento de qualidade organizativa que ficasse como lastro de progresso para a missão seguinte.

Na missão a Atenas destacou em várias ocasiões a importância de ter um diretor de comunicação para a missão, que pudesse gerir de forma profissional e competente a relação comunicativa entre os membros da missão e o exterior, papel que foi assumido por João Querido Manha.

Em 2001 tornou-se membro da AOP, na sequência da nomeação pela Comissão Executiva do COP para o Conselho Diretivo dessa entidade integrada, aí cumprindo o mandato de 2001 a 2005 (prolongado até 2006 por motivo de revisão dos Estatutos do COP e do Regulamento Geral da AOP).

No jantar comemorativo do 102.º Aniversário do Comité Olímpico de Portugal, em 2011, e na sequência de proposta conjunta das federações de hóquei e de canoagem e da Academia Olímpica de Portugal, Alípio Oliveira foi agraciado com Ordem Olímpica do COP, em reconhecimento da carreira ao serviço do desporto e do Movimento Olímpico, em especial do hóquei em campo, tanto no plano nacional como no europeu.

O funeral de Alípio Oliveira terá lugar em Alfândega da Fé (onde residiu nos últimos anos), depois de na manhã de sábado, dia 4, sair de Vila Nova de Gaia.

A Academia Olímpica de Portugal endereça as mais sentidas condolências à família de José Alípio Oliveira, bem como à Federação Portuguesa de Hóquei e ao Futebol Clube do Porto.