Notícia  /  01.04.2023

Associação de Filosofia do Desporto nasce modesta mas ambiciona muito trabalho

Modéstia como ponto de partida e ambição realista como desiderato: assim poderia ser o resumo da caracterização da Associação de Filosofia do Desporto em Língua Portuguesa, apresentada em ato inaugural levado a cabo dia 30 de março na Reitoria da Universidade do Porto, com a presença de dezenas de membros e de representantes de entidades parceiras.

Luísa Ávila da Costa, da Faculdade de Desporto da Universidade do Porto, abriu a sessão com uma consideração que seria um excelente ponto de partida para um reflexão sobre a personalidade e a existência, ao afirmar que a associação não existe porque não tem contas em redes sociais, nem conteúdo no site, nem personalidade jurídica nem registo fiscal.

Apresentado como o mentor da associação, Constantino Pereira Martins, da Universidade de Coimbra e da Universidade Nova de Lisboa, afirmou que a nova estrutura surge marcada por uma dose séria de pragmatismo e realismo, notando que construir é mais difícil do que destruir e que só com trabalho, dedicação e humildade se poderá chegar a bom porto na missão que a AFDLP institui. Assinalou que «na academia ficamos muitas vezes reféns de receios, mas trabalharemos pelo desporto, partilhando conhecimento». Acrescentou ser necessária confiança e que será importante juntar emoção e razão para que o trabalho frutifique.

Constantino Martins justificou o surgimento de uma associação de filosofia do desporto congregando os falantes de português com a importância de juntar a poesia da língua portuguesa ao pragmatismo do inglês. Esclareceu que a AFDLP não nasce contra ninguém mas pelo enriquecimento do conhecimento do desporto, na reflexão e na acção. «Para isso precisamos de atletas do pensamento e de filósofos do corpo», notou, concluindo que a associação pretende ser uma plataforma altruísta, onde todos brilhem, construindo «uma coisa bela para deixar ao futuro».

Odilon José Roble, da Faculdade de Educação Física da Universidade Estadual de Campinas (Brasil), começou por lembrar que a ideia, em filosofia, não é um objecto entre objectos, mas o ponto de partida para a reflexão. Defendeu ser preciso articular terreno e ideia na ação de uma associação de filosofia do desporto.

Como se respondesse à intervenção inicial de Luísa Ávila da Costa, Odilon Roble afirmou que importa agora iniciar o trabalho, dando corpo às intenções proclamadas na Carta Inaugural, que leu de seguida.

A sessão foi finalizada com as interveções de Filipa Godinho, pró-reitora da Universidade de Coimbra, e de Joana Carvalho, vice-reitora da Universidade do Porto, ambas manifestando o regozijo pessoal e institucional pela criação de uma associação de filosofia do desporto juntando a comunidade do desporto que tem a língua portuguesa como traço de união e manifestando o empenho das duas universidades no apoio às atividades que venham a ser planeadas pela AFDLP.

A Academia Olímpica de Portugal, representada na sessão pelo diretor Afonso Candeias, em representação do presidente Tiago Viegas, constitui-se como entidade parceira da associação, com o intuito de estabelecer uma colaboração estreita com a nova estrutura e visando o desenvolvimento de projetos comuns.

Reportagem aqui.

Em anexo, Carta Inaugural da AFDLP

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