Notícia  /  08.09.2017

MÁRIO QUINA (1930-2017)

O velejador olímpico Mário Gentil Quina, de 87 anos, faleceu na manhã desta sexta-feira, na sua casa, em Lisboa, na sequência de problema súbito. Desportista e médico emérito, foi vice-campeão olímpico na classe Star nos Jogos de Roma de 1960, fazendo tripulação com o irmão José Manuel Quina.

Neto do cirurgião Francisco Gentil, Mário Quina seguiu uma tradição de gerações na família e formou-se em medicina em 1953, na Universidade de Lisboa, onde viria a doutorar-se em 1964. Foi depois professor catedrático de Medicina Interna e Gastrenterologia da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Nova de Lisboa.

No desporto, foi nos automóveis que ganhou a primeira medalha, aos 11 anos, durante uma gincana, dois anos depois de ter aprendido a conduzir. A paixão pela vela surgiu ainda em criança, iniciando-se no Centro de Vela da Mocidade Portuguesa, primeiro em Pedrouços (Lisboa) e depois na Cruz Quebrada.

«Meu pai, que era médico pediatra, sempre teve como preocupação estimular os filhos à prática desportiva, que considerava importante não só para a ocupação dos tempos livres mas sobretudo como preparação física e psíquica. Indicou-me e aos meus quatro irmãos a vela», declarou numa entrevista biográfica em 2008.

Começava aí a longa caminhada que levaria Mário Quina à medalha de prata em Roma, com a embarcação «Má-Lindo». Era a segunda presença nos Jogos Olímpicos, sucedendo à estreia em Helsínquia-1952, onde obteve o 17.º lugar na classe Finn. Voltaria a competir nos Jogos em 1968 (México, Star, 17.º) e 1972 (Munique, classe Dragão, 16.º).

Presidente da Federação Portuguesa de Vela entre 1987 e 1990, integrou como vice-presidente a primeira direção da Associação dos Atletas Olímpicos de Portugal, no mandato liderado pelo primo, também médico, António Gentil Martins. Sucedeu-lhe na presidência, de que se afastou no início deste ano.

Mário Quina foi condecorado em 2015 pelo Presidente da República Aníbal Cavaco Silva com o grau de Grande Oficial da Ordem do Infante D. Henrique.

O corpo de Mário Quina estará em câmara ardente na Igreja da Boa Nova do Estoril a partir deste sábado, sendo aí celebrada missa pelas 17h00. O funeral terá lugar domingo, para o Cemitério do Estoril, após missa de corpo presente a celebrar às 10h00.

A Academia Olímpica de Portugal manifesta o seu pesar pelo desaparecimento desta importante figura da história do desporto português, dirigindo as mais sentidas condolências à família, aos amigos, à comunidade da vela e à Associação dos Atletas Olímpicos de Portugal.

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